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Por J. J. Duran
A hipocrisia, tentativa
de exposição de uma virtude que não se tem, se encontra presente, ainda que de
forma às vezes não visível, em muitos momentos de nossa vida. É fruto da
pretensão pessoal que temos de tentar mostrar, com nossa personalidade, virtudes
que não temos, mas que gostaríamos de ter.
Na política, arte de
fazer da mentira uma verdade, todo projeto se conduz no plano abstrato,
apresentando o problema sempre como parte de uma solução que somente o
ofertante circunstancial pode apresentar.
Muitos candidatos se
dizem possuidores das soluções de problemas que desde tempos longínquos agridem
ao homem da rua e usam a hipocrisia para fazer o eleitor vê-los como
possuidores da capacidade de fazer milagres.
Grande parte do
eleitorado indo-americano segue votando com base em propostas hipócritas, não
se dando conta que é o elemento passivo desse macabro espetáculo eleitoral.
Muito pequena é a parcela que vota por ideologia, conhecida da maioria somente
pelas lembranças utópicas que fazem os prometedores do Éden.
Os princípios
republicados soam na boca do hipócrita como estampido grosseiro de uma
democracia decadente. Muitos votam pela conjuntura presente, tomando por
direito aquilo que lhes é ofertado por hipócritas salteadores da verdade.
A política da verdade
entrou em colapso lá pela década de 1970, quando a interrupção do diálogo deu
passagem ao fratricídio. Desde então as emoções, os desejos e as expectativas
são fortes componentes da mensagem eleitoral, que vem sempre carregada de
conteúdo emocional.
É um erro fatal votar
em promessas e não em realidades. O cientista político Giovanni Sartori
escreveu que o homo sapiens, que se caracteriza pela reflexão, está se
convertendo no home videns, que admira o novo destruidor do passado.
Em nosso Continente, a
política tem dado passagem triunfal a exímios cultivadores da arte da soberba,
da radicalização e do eflúvio da raça ariana superior.
O homem hoje vive em um
mundo que busca desesperadamente encontrar soluções rápidas a problemas
tecnológicos enquanto assiste inerte a agonia da natureza, sua fiel companheira
desde o início de sua existência.
Enquanto seguirmos
esperando a chegada do messias político redentor, continuaremos entronizando os
hipócritas como esperança de salvação.
J. J. Duran
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